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Amazonas pode atrasar pagamento de servidores


Por Raimundo de Holanda

13/06/2019 22h41 — em
Bastidores da Política



A informação de que o governo do Amazonas perdeu o controle das contas públicas, e que cada secretaria dita as regras de um jogo de alto risco - que é a criação de comissões que impactam na folha de pagamento, se recoloca o governador Wilson Lima na linha de tiro da oposição,  constitui também uma grande ameaça ao seu mandato, uma vez que ele  pode ser acusado de crime de responsabilidade.

O Estado, que já havia sido advertido pelo TCE de que atingira o limite máximo  de gastos com pessoal, deu reajustes que na opinião de técnicos da própria Secretaria de Fazenda  não poderia honrar. E ainda tem que lidar com um descontrole geral nas diversas pastas que continuam criando dificuldades ao  concederem aumentos indiretos aos servidores, através da criação de comissões cuja utilidade fica restrita a uma simples publicação no Diário Oficial.

Tudo isso contribui  para um quadro de desequilíbrio financeiro que pode quebrar o Estado, com impacto no comércio e na economia regional.

ADVERTÊNCIA

Nesta  quinta-feira um técnico do governo confirmou em encontro com deputados  a necessidade de uma administração “bem eficiente” para que a situação não se agrave. E mais: a despesa de pessoal é o “ponto crítico, ou gravíssimo”.

MÁQUINA DE ARRECADAR

Desde que Gilberto Mestrinho retornou ao governo, em 1983, a Sefaz foi organizada para ser uma máquina arrecadadora cada vez mais eficiente. E cumpriu esse papel até agora.

Talvez a crise mesmo tenha sido a montagem de um time formado por grupos de interesses divergentes, que podem se devorar, mas o estado tem que ser preservado. Cabe ao governador  Wilson Lima, a partir de agora, ser o comandante desse processo de ajuste da máquina. Ou seu mandato passará a correr sério risco.

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ASSUNTOS: Amazonas, Lei de Responsabilidade Fiscal, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.