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Bolsonaro prega intolerância na ONU


Por Raimundo de Holanda

24/09/2019 10h18 — em
Bastidores da Política



O discurso de Bolsonaro na ONU, focando o combate a um socialismo que não existe há muito tempo no país nem no mundo, mostra um Brasil atrasado, mirando fantasmas e perigosamente a beira de um isolamento internacional. Bolsonaro confunde socialismo com a defesa de direitos fundamentais - se é que  ele via isso  no País antes de ser eleito. É verdade que houve corrupção no Brasil, como de resto no mundo, mas o discurso de Bolsonaro surpreendeu pelo alto teor de ódio aos “socialistas”, que na verdade são homens e mulheres que defendem a liberdade e a democracia, que ele ao que parece, desconhece.

Essa obsessão da ideologia - dos outros - impede que o Presidente olhe para si mesmo e se  veja como vetor de um grande mal que se espalha pelo mundo. Bolsonaro faria bem se perdesse um tempinho se olhando no espelho. 

A defesa da Amazônia e o suposto compromisso de preservação da floresta foi por ele mesmo desmentida - ao dizer, embora uma verdade - que a região não é o pulmão do mundo - abriu com isso suspeitas de que seu governo não está afinado com o pensamento do resto do mundo. Bolsonaro pareceu um personagem dos anos 60 discutindo em uma Organização que ele não percebeu que mudou, num mundo também radicalmente alterado.

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ASSUNTOS: amazônia, Bolsonaro, Brasil, Onu, trump

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.