O  secretário de Segurança, coronel Louismar Bonates, fez uma revelação curiosa a um site de noticias. A de que “o tráfico  chegou”.  E que agora os condomínios de luxo também são alvos,  porque locais privados “onde a policia não entra”.  O alerta ocorreu depois que o condomínio onde mora registrou uma ocorrência também curiosa: havia ali uma rede de tráfico estabelecida. O coronel estava lá, reside na mesma rua, é o secretário de Segurança Pública do governo do Amazonas, representa a figura maior da polícia do Estado.  Então, não é convincente o argumento de que o trafico  evolui ou prospera onde a polícia não entra.

O coronel peca pela falta de percepção de que o problema é antigo e agravou-se no atual governo. Mas não se pode negar que ele conhece o  poder da organização criminosa que resultou do último confronto que também envolveu a polícia: “o  tráfico tem muito dinheiro, dinheiro vivo”, disse ele na entrevista ao site.

O problema vai mais além: não é apenas o comércio da droga e o dinheiro ilegal que ele gera. O problema é o caminho de sangue que se estende agora de Norte a Sul da cidade. O problema  são as vítimas fatais - jovens, mulheres, crianças.

O problema é que,  de tão banal que a morte se transformou, de tão insignificante que a vida se tornou, as pessoas anestesiadas pelo repetitivo noticiário policial começam a achar que tudo é normal. Que essa é a rotina da vida  e  que o inferno até que é bom.