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'Delação' sobre corrupção na Seduc tem vícios e pode ser contestada


Por Raimundo de Holanda

29/08/2019 22h41 — em
Bastidores da Política



O Ministério Público de Contas assumiu o protagonismo de uma investigação que aparentemente abriu a tampa de um duto por onde eram drenados recursos públicos na Secretaria de Educação do Amazonas. O material produzido, entretanto,  não é suficiente para formalizar uma denúncia à justiça.

A publicidade dada  ao caso, com vazamento de depoimentos que deveriam ser sigilosos, pode resultar em questionamentos  da defesa, uma vez que o procedimento original teria sido   maculado pela quebra do necessário  sigilo, violado pela  grande exposição da   imagem e da honra dos acusados. Um deles, o secretário Luiz Castro, teve que pedir demissão. 

Mas o Ministério Público Estadual (onde está o MP do Estado?) e o Federal podem dar seguimento ao trabalho que o MPC iniciou, acolhendo a denúncia dos empresários de alimento  e transporte como uma notÍcia crime. Será o início de uma investigação que vai coletar documentos, ouvir testemunhas, checar a origem do dinheiro  supostamente desviado - se federal ou estadual.  Um trabalho que o MPF sabe fazer muito bem.

Não será de todo um exagero se tudo isso - quase desperdiçado pela afobação - terminar em um novo escândalo, das proporções da “Maus Caminhos”.

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SEM VÍDEO - Mesmo com a aprovação de 18 deputados, o vídeo com o depoimento do empresário Francisco Dantas,  enviado à Assembleia pela presidente do TCE, Yara Lins,  não fez sua aparição na sessão plenária da casa, como era esperado.

EXPECTATIVA - O vídeo, que circula na internet, vai servir para reflexão neste final de semana, e dependendo da gravidade poderá ser exibido na sessão de terça-feira próxima.

NICOLAU - Há seis anos num jogo de gato e rato com o MP-AM por conta da denúncia de desvios de dinheiro em superfaturamento de obras na Assembleia Legislativa, no valor de R$ 5,5 milhões, o deputado Ricardo Nicolau, escorregou na própria esperteza ao falsificar documentos para contra-atacar o MP. Melou todo o processo. Agora pode ser condenado  e acabar sendo obrigado a usar  uma tornozeleira eletrônica.

 

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ASSUNTOS: Amazonas, Carlos Almeida, luiz casto, mpc, Policia Federal, Seduc, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.