Compartilhe este texto

Investigações complicam governo do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

19/07/2020 23h31 — em
Bastidores da Política



Quando os primeiros 28 “ventiladores” foram comprados pelo governo do Amazonas, em 10 de abril,  no auge da pandemia da Covid 19, cerca de 70  amazonenses haviam perdido a vida pela doença. Outros 410 morreriam até 5 de maio e esse número cresceria mais ainda nos dias subsequentes, totalizando até agora 3 mil  óbitos. Nenhuma novidade para quem conhece o caso  superficialmente. O que descobriu-se  depois é uma história  de divórcio entre governo e sociedade, entre  o salva-vidas - o Estado — e aqueles que se afogavam.  Um divórcio que custou vidas, enquanto gerava lucro para empresas apadrinhadas por agentes públicos, sobre  os quais recai suspeita de desvio de conduta, advocacia administrativa  e corrupção.

Já não é uma suspeita - e deve ter consequências -  o fato de ter sido montado um poderoso esquema  para desviar dinheiro público durante a pandemia.

A CPI da Saúde, criada para apurar o caso,  descobriu uma lavanderia que supostamente  foi contratada para dar  legalidade ao dinheiro que recebia por um serviço que não prestava integralmente.  Parecia mais destinada a lavar outra coisa, que não apenas lençóis de um único hospital com quatro pacientes.  Esse caso pode ter as digitais que os deputados da comissão procuram para pedir o afastamento de autoridades do governo.

Apenas estes  dois casos ja balizariam medidas destinadas a sanear a atividade política e administrativa do Estado do Amazonas.  Mas  há muito mais nessa caixa de pandora, aberta pela CPI e compartilhada com os órgãos de controle.

Uma coisa é certa: todas as broncas serão postas sobre a mesa e será perguntado  a quem disse que as resolveria: Por que  tu as multiplicaste?

Siga-nos no

ASSUNTOS: Amazonas, cpi da saúde, GOVERNADOR WILSON IMA, PF, respiradores

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.