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O coronavírus chegou. E agora ?


Por Raimundo de Holanda

29/02/2020 20h46 — em
Bastidores da Política


  • Por causa do vírus, ninguém beija mais como antes, nem abraça mais, nem aperta as mãos... ####### A sugestão de bomba no Congresso, feita por Eduardo Bolsonaro, é o retrato fiel do jogo da extrema direita. Insinuante e ardilosa

As  máscaras sumiram do comércio e o álcool em gel desapareceu das prateleiras dos supermercados. Ninguém beija mais como antes, nem abraça mais, nem aperta as mãos.   Quem diria que um vírus interferiria tão drasticamente em nossas vidas…

Não é pânico, ainda. É precaução.  Há duas semanas dizia-se, como chegou a insinuar o ministro da Saúde, que o  coronavirus poderia  ter sofrido mutações, enfraquecido e quando chegasse  não passaria de  uma gripe . Mas era otimismo demais. E cuidado de menos. Agora, assustado com a realidade e os casos que apareceram no Brasil, o ministro  fala em pandemia, o que é uma admissão que o vírus pode se propagar rápida e mortalmente.

Bom que a população se proteja, mude seus hábitos, a começar pela higiene das mãos. Que o vírus é mortal, todo mundo sabe, mas a vida continua e, com cuidados simples, pode ser um pesadelo que vai passar sem grandes traumas.

BOMBA NA DEMOCRACIA

A sugestão de bomba no Congresso, feita por Eduardo Bolsonaro, é o retrato fiel do jogo da extrema direita. Insinuante e ardilosa, aparentemente insana, mas cheia de veneno. Agentes do poder produzem frases de baixa moral e disseminam falsas informações.

Perguntar se alguém choraria pela extinção do Legislativo é um ardil que atrai os descontentes com tudo. Na confusão entre certo e errado, ninguém se importa em separar o joio do trigo.

Ninguém se importa se o próprio deputado é parte do poder que quer destruir e de onde saiu seu próprio pai para governar o país. Uma casa que já produziu grandes chefes de governo.

Nesse contexto de ‘mudança’ extrema, onde o governo faz ameaças à democracia, à liberdade de expressão e aos direitos individuais, o jornalismo e o povo agora são a última barreira.

Afinal, o Brasil que já cantou com Tom e Elis Regina a beleza poética das “Águas de março”, pode agora retornar às ruas para espantar as ‘sombras de março’ que escurecem o horizonte.

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ASSUNTOS: bomba Congresso, Brasil, china, Eduardo Bolsonaro, gripe, pandemia, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.