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Presença da PF em Nova Olinda corrige erros da Segurança Pública do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

11/08/2020 20h31 — em
Bastidores da Política



A Polícia Federal precisou intervir em um caso local - de plantio de maconha e os conflitos dai gerados entre  policiais militares com comunidades ribeirinhas e indígenas no Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte.

Denúncias de invasão de domicílios sem autorização judicial, tortura e mortes, além de restrições a navegação no Rio Abacaxis, colocam mais uma vez a Polícia  Militar no centro de um problema de violação de direitos.

Nada mais impróprio do que a presença do comandante da PM do Amazonas, coronel Ayrton Ferreira Norte,  em uma  segunda operação, da qual resultaram denúncias de tortura a caboclos e indígenas, mortes e ocultação de cadáveres.

Reside ai, senão a suspeita de omissão diante da ação ilegal de seus subordinados, a conivência do coronel com a tortura revelada pelos indígenas.

A presença da PF, a pedido do MPF e avalizada pela Justiça Federal em Nova Olinda é,  em síntese, uma intervenção na segurança pública do Estado, incapaz de administrar uma crise de pequeno porte, identificar causas e efeitos dessa crise.

A ação desastrada resultou na morte de dois bons policiais, mortes de caboclos e não resolveu o problema da plantação de maconha. Mas a Polícia Federal em um dia no local resolveu o que a PM não enxergou, além do corporativismo e da dose de ódio que fundamentaram  as ações da segunda incursão no Rio Abacaxis, com a presença de seu comandante. Lamentável.

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ASSUNTOS: Amazonas, intervenção federal, Manaus, Nova Olinda, Policia Federal, policia militar, rio Abacaxis

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.