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Wilson Lima perde a capacidade de governar o Estado, ao deixar emergência sem médicos


Por Raimundo de Holanda

07/08/2019 20h59 — em
Bastidores da Política



A decisão do governo Wilson Lima de romper contrato com o Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas foi precipitada. Suas consequências são previsíveis: mortes  e protestos na rede hospitalar, aumentando a crise já aguda na saúde pública do Estado. Uma aposta inconsequente no caos, mas previsível partindo de um governo impopular e inepto. Não é apenas a incapacidade de resolver problemas que fica visível a cada momento. É a capacidade de aumentá-los a cada segundo,  tornando a vida dos cidadãos desse Estado um inferno.

Já há  pressupostos para  questionar a capacidade de  Wilson Lima  continuar no governo e até requisitos para uma denúncia de responsabilidade para seu afastamento do cargo.  Ou continuar vendo a máquina pública sendo desmontada e o Estado do Amazonas entrar numa crise que, se for mais adiante, pode não ter saída.

PROPAGANDA - Nos últimos meses, o governador, o secretário da Susam, os aliados políticos e a propaganda do governo vinham negando a crise na saúde. Tudo estava ótimo até a mentira ser revelada.

RECUOS - O governador Wilson Lima começa a recuar diante da forte pressão do funcionalismo. Agora decidiu pagar a parcela do 13o Salário dos servidores da Seduc, alegando que há  recursos para isso, via Fundeb. É uma meia verdade. O Fundeb pode ser usado apenas para pagamento daqueles que  exercem atividades de docência e os que oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência.

ERRO GRAVE - Wilson determinou que todos os servidores da secretaria  recebam a partir dessa forte, limitada (de uso) por Lei Federal.  Pode incorrer em crime de responsabilidade. Mas é um risco que corre, na tentativa de apagar pequenos incêndios que seu modo descomprometido de governar vem provocando.

 

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ASSUNTOS: governo-do-amazonas, Icea, impeachment, professores, Susam, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.