Governo eleito está discutindo o que é desejado, diz presidente do Bradesco
SÃO PAULO - O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, destacou nesta quinta-feira que é importante que o governo eleito discuta os assuntos que são importantes para a economia. No entanto, evitou defender alguma reforma específica ou algum ponto que deve ser priorizado no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
— Os temas (já abordados) são importantes. Então temos o que é desejado por todos e parece que está sendo discutido — afirmou durante teleconferência à imprensa para comentar os resultados do banco.
A reforma da Previdência é o ponto colocado por boa parte do mercado financeiro como essencial para que o país volte a crescer de maneira sustentável. Paulo Guedes, que será o ministro da Economia a partir de 1º de janeiro, já sinalizou que deseja que o texto já discutido na Câmara dos Deputados seja votado ainda neste ano e, posteriormente, faria novas adaptações nas regras de aposentadoria.
Sem atrelar medidas de política econômica à recuperação da atividade no Brasil, o presidente do Bradesco espera uma melhora na demanda por crédito nos próximos meses e em 2019. O banco registrou um lucro líquido recorrente (que exclui efeitos extraordinários) de R$ 5,471 bilhões no terceiro trimestre, um crescimento de 13,7% na comparação com igual período do ano passado. No acumulado o ano até setembro, o resultado foi de R$ 15,7 bilhões, alta de 11,1%.
Já considerando o lucro líquido contábil, o resultado no terceiro trimestre foi de R$ 5,009 bilhões, uma alta de 73,7% sobre o terceiro trimestre de 2017, quando o banco fez um gasto elevado com o programa de demissões voluntárias. No comparativo anual, a alta é de 28,9%, para R$ 14,004 bilhões.
O resultado fez o banco elevar a rentabilidade sobre o patrimônio liquido para 19%, um ponto percentual acima do registrado em igual trimestre do ano anterior. Isso tem contribuído para a alta das ações da instituições financeira, que sobem mais de 3% nesta quinta-feira.
Contribuiu para esse resultado a redução das despesas com devedores duvidosos (PDD), que somou R$ 3,512 bilhões, recuo de 23,3%.
Já a taxa de inadimplência caiu, com os atrasos acima de 90 dias representando 3,6% da carteira total do banco, um recuo e 1,2 ponto percentual. Lazari afirmou que vê espaço para novas melhoras nesse índice, em especial na carteira destinada a grandes empresas.
— Ainda vemos espaço para melhorar. Esperamos que isso continue ao longo de 2019 — disse.
A carteira de crédito totalizava, em setembro, R$ 523,4 bilhões, com uma alta de 7,5% em 12 meses. Lazari destacou o crescimento de diversas linhas, como a de veículos, consignado e financiamento imobiliário, que são todas linhas com algum tipo de garantia.
Já as receitas do banco com tarifas, como aquelas atreladas à manutenção da conta corrente ou cartão de crédito, totalizaram R$ 8,072 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2017.
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