Show de Roger Waters tem 'Ele não!' segundos antes de proibição de manifestação política
RIO — Cercado por muita expectativa, em função daproibição de manifestação política , o músico Roger Waters deixou seu recado sobre as eleições presidenciais no Brasil, durante show da turnê em Curitiba.
Em um intervalo da apresentação, pouco antes das 22h — horário em que qualquer atividade que pudesse ser classificada como propaganda passaria a ser proibida — o fundador da banda Pink Floyd projetou no telão as seguintes frases:
"Nos disseram que não podemos falar sobre eleição depois das 10 da noite".
"Temos 30 segundos".
"Essa é a nossa última chance de resistir ao fascismo antes de domingo".
"Ele não!"
"São 10:00. Obedeçam a lei".
A projeção dividiu a plateia, que recebeu o recado entre palmas e vaias, antes de o show ser retomado. Houve ainda coro de "fora, PT" e, antes mesmo de o show começar, a arquibancada dividiu-se entre gritos de "Ele Não" e "Bolsonaro", em defesa do candidato do PSL à Presidência.
No momento em que Roger Waters fez manifestações políticas nos cinco shows anteriores que fez no Brasil — depois do fim da execução da sétima música, “Another Brick in the wall” — as mensagens no telão foram atreladas à mensagem de resistência. Ele manteve o respeito à lei brasileira, mas despertou reações do público ao apresentar frases como “resista ao neofacismo” e “resista às forças policiais militarizadas”.
O show reuniu um público de quase 42 mil pessoas no estádio Couto Pereira, e os policiais que faziam a segurança da apresentação informaram que receberam instruções para prender qualquer pessoa que fizesse algum tipo de manifestação política após o horário estabelecido.
Poucos fãs circulavam com adesivos de candidatos, mas houve uma guerra de nervos antes do show do músico começar: partidários do candidato do PSL gritavam "Bolsonaro", enquanto eleitores do petista Fernando Haddad respondiam com o coro de "Ele não".
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