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Lula endossa crítica do Itamaraty à Venezuela e diz que veto a candidata é 'grave'

Por Folha de São Paulo

28/03/2024 15h30 — em
Mundo



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (28), que o bloqueio à opositora Corina Yoris de se candidatar na Venezuela é um fato "grave" e que não há explicação jurídica e política de se proibir um adversário de disputar eleições.

Com isso, Lula reforça as críticas do governo ao bloqueio do chavismo contra a oposição na Venezuela, dois dias depois de o Itamaraty ter divulgado uma nota em tom de repreensão ao regime.

"É grave que uma candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida [de disputar] pela Justiça", disse. Yoris foi indicada a concorrer por María Corina Machado, principal líder opositora que está inabilitada a disputar eleições por 15 anos.

O petista fez ainda uma comparação com sua situação eleitoral em 2018, quando, preso no âmbito da Lava Jato, foi proibido de concorrer por decisão da Justiça Eleitoral --mas pôde designar Fernando Haddad como seu candidato.

A declaração foi dada a jornalistas, no Palácio do Planalto, após encontro bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois chefes do Executivo assinaram acordos de cooperação.

Em seguida, eles seguirão para o Itamaraty, onde ocorre um almoço em homenagem ao mandatário francês. À tarde, ele terá um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), encerrando sua visita no Brasil.

Este é o terceiro dia do mandatário francês no país. Ele já foi a Belém (PA), Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP). Lula acompanhou-o nas duas primeiras cidades.

No Pará, Lula e Macron anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a Amazônia. A iniciativa pretende alavancar 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,3 bilhões) em recursos públicos e privados nos próximos quatro anos. O montante deve ser voltado tanto para a floresta amazônica em território brasileiro quanto para aquela que está na Guiana Francesa (território do país europeu).

A viagem de Macron marca capítulo principal de uma aliança política pensada pelos dois chefes do Executivo como uma espécie de ponte entre os países ricos e o chamado Sul Global --uma parceria que começou a ser construída antes de mesmo de o petista iniciar seu terceiro mandato.


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