Manaus/AM - O delegado Torquato Mozer deu detalhes sobre a prisão de Kauê Garcia Chaves, 21, suspeito de roubar R$ 100 mil de um estabelecimento comercial em Humaitá.

“As diligências em torno do caso iniciaram logo após as autoridades policiais tomarem conhecimento do ocorrido. Diante isso, nós realizamos um trabalho de monitoramento das câmeras para identificar e localizar o autor. Com base nas informações obtidas e na materialidade do crime, nós representamos pelo mandado de prisão e busca e apreensão, que foram concedidos pelo Poder Judiciário", destaca Torquato.

Conforme a polícia, Kauê, que é apontado como membro de uma facção criminosa, executou o crime sozinho, mas recebeu informação privilegiada sobre a transferência do valor.

“Um grupo comercial que estava transportando os valores para o depósito bancário, onde foi feito um assalto. A investigação vai traçar agora como aconteceu esse assalto. Se houve uma participação de alguém do estabelecimento comercial, mas ao que parece, Kauê possuía sim uma informação privilegiada", explica.

Durante o trabalho investigativo, a polícia conseguiu provas de que o homem estava na cena do crime.

“Durante as buscas, encontramos a arma de fogo, o veículo utilizado no crime, a moto, também o mesmo capacete utilizado pelo criminoso”, diz o delegado.

Torquato revela também que Kauê confessou ser de uma facção e contou que tinha planos de assumir o tráfico na cidade, no lugar de um líder do Comando Vermelho que foi preso recentemente.

“Ele postulava assumir o lugar de ‘Tripa’, do Comando Vermelho, que foi preso. Kauê possuía sim armas de fogo, possuía drogas e tinha um segurança de nome Henrique”, afirma.

Henrique Pereira Barroso também foi preso e na casa dele foram encontradas armas e drogas, assim como na casa do “patrão” dele.

Para o delegado Paulo Mavignier, este e outros crimes cometidos em Humaitá tem relação direta com a entrada e a comercialização de drogas e armas no Amazonas.

Além disso, esses grupos criminosos que agem em Humaitá recebem ordem de líderes de facções que estão presos em Porto Velho, mas mesmo assim, conseguem controlar o tráfico fora.

“Todo esse fomento de facções na região do sul do Amazonas parte de Porto Velho, no estado de Rondônia. Os comandos, as ordens para as execuções, para o tráfico, a inserção de drogas tanto de cocaína que vem ali pela Bolívia, quanto de maconha que vem aqui da fronteira norte, tudo é controlado por essa facção e dominado. A ordens, o comando vem do sistema prisional ali da região de Porto Velho”.

A polícia tem intensificado os trabalhos nessa região para impedir o recrutamento de pessoas e combater os crimes no estado