Facções criminosas com poder de influenciar eleição para prefeito de Manaus
Manaus vai entrar 2020 com cerca de 1,5 milhão de eleitores, um terço deles concentrados em aéreas de invasão, onde predomina o poder das facções criminosas. As invasões constituem hoje um tipo de curral eleitoral muito parecido com o que era mantido, ao longo dos anos 80 por políticos influentes e com forte aporte de dinheiro público. Hoje predomina o tráfico e a lei do silêncio, uma política de coação que, se não obedecida, resulta em expulsão de famílias de suas casas.
Estima-se que pelo menos 500 mil eleitores vivam nessas áreas. A capacidade de influir no processo eleitoral é grande. Manaus, segundo levantamento feito há seis anos pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas , além das invasões, tinha espalhados por toda a cidade cerca de 2,5 mil postos de vendas de drogas, as chamadas “bocas”.
A questão é séria porque uma eleição legitima a representatividade dessas organizações e torna o Estado menor, a cidade refém do crime organizado e o cidadão que vive nessas áreas incapaz de escolher, de forma livre, o seu candidato.
INCENTIVOS FISCAIS
A Comissão Especial da reforma tributária na Câmara dos Deputados virá a Manaus no dia 11 de outubro para uma audiência sobre a as vantagens fiscais da ZFM. A bancada federal vai querer ‘arrancar’ uma promessa dos presidentes do Senado e da Câmara de apoiar o modelo.
Não é o que se espera dos 11 parlamentares do Amazonas em Brasília. Promessas não têm garantia de cumprimento no Brasil. O mínimo que esperamos são emendas consistentes para assegurar as nossas vantagens.
Aí sim, o deputado Rodrigo Maia e o senador Davi Alcolumbre anunciados para participar da audiência em Manaus, teria como assumir seu apoio à Zona Franca subscrevendo as emendas.
ASSUNTOS: Amazonas, comando vermelho, cv, eleição 2020, fdn, invasão de terras, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.