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A farsa de um depoimento


Por Raimundo de Holanda

11/09/2019 22h57 — em
Bastidores da Política



A audiência do empresário Francisco Dantas com os deputados na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Amazonas  foi uma coisa sui generis. Diante da deputada  Therezinha Ruiz  ele desmentiu a 'mentira' gravada em depoimento ao Ministério Público de Contas. Deixou a base aliada feliz  e a oposição infeliz. Mas aumentou o catatau de ‘desvios de conduta’ que vem praticando, com a chancela de agentes públicos,  desde que passou a ganhar contratos e aditivos seguidos na Seduc.

Seu novo depoimento não vai influenciar nem contribuir em nada com as investigações . Foi uma perda de tempo ‘programada’ para desqualificar o fundamento de uma 'mentira'.

Mas culpar somente o empresário por ter colocado uma máscara para falar com os deputados? Não. Dantas hoje é um homem  encurralado, com seus negócios  ameaçados, exposto por um ato impensado de um procurador de contas, que vazou seu depoimento.

O Dantas que foi nesta quarta na Assembléia Legislativa, dizer o que supostos cúmplices queriam ouvir, é  a testemunha vítima do abuso de autoridade, capaz de se olhar no espelho e não perceber sua nudez.

COMO É POSSÍVEL?????

Há tantas brechas no direito administrativo que mesmo reajustes de contratos relativos a outras gestões podem ser de certa forma legais. Mas não se consegue, sem um grande prestígio, reajustar  contratos de 2016, 2017 e 2018, como a empresa RV ONO, que faz transporte escolar nos rios Purus, Madeira e Rio Negro, sem uma grande dose de envolvimento com os poderosos de plantão.

A empresa tem sócios reconhecidos, mas seria do prefeito de Boa Vista do Ramos. A grande “novidade”desse extrato cujo print você pode conferir  foi  conseguir reajuste em cima  de serviço já executado e em boa medida pago.

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ASSUNTOS: Amazonas, dantas, Seduc, transporte escolar, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.