A gafe do pastor Jonatas Câmara em culto à personalidade de Bolsonaro
Pastor Jonatas Câmara chama Michele de presidenta e ela não gosta
Não foi um culto religioso com a presença do presidente Jair Bolsonaro no Templo Canaã, em Manaus. Foi um culto à personalidade. O pastor Samuel Câmara exaltou os fieis a sujeitarem-se a autoridade, citando Romanos 13, “pois toda a autoridade vem de Deus”. A autoridade presente, com toda a pompa, era Jair Bolsonaro.
Não faltaram aplausos ao presidente, chamado de mito. E embora o nome de Deus fosse citado por todos, o Criador foi uma figura secundária nesse culto pouco cristão dos evangélicos.
Lá fora, um pequeno grupo de universitários não sabia o que protestava. Carregava uma faixa com uma frase confusa: “Quem disse que mulher tem que ganhar menos porque engravida? Bolsonaro”. Depois se dispersou entre um trago e outro de “erva doce”.
Dentro do templo Canaã o pastor Jônatas Câmara cometia uma gafe: Contou que antes das mulheres serem formadas para a missão de evangelizar, mulher de pastor era chamada de pastora. Por isso chamaria Michele Bolsonaro, mulher do presidente, de presidenta. Michele, surpresa, reagiu com um não, mexendo as mãos. Claro, a palavra, uma variação emergente e imprópria de presidente, lembrava Dilma Vana Rousseff, tudo a que Michelle provavelmente não gostaria de ser comparada. Pegou mal para o pastor. E para a Igreja do pastor.
Mas Bolsonaro, um pouco antes do excesso do pastor, já havia dito que Michele mandava mais do que ele. Ainda bem. Existe gente lúcida no governo. E não sabíamos.
ASSUNTOS: culto a personalidade de bolsonaro em Manaus, Michele Bolsonaro chamada de presidenta em Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.